sábado, 18 de agosto de 2012

Quem é Ele?

Vejo-o vindo pelo ar, num vôo lento.
Suspenso num olhar, acima de tudo clandestino contornando a paisagem escura.
Eis então que se revela descansando na janela, e me toca sem contato..
Tua face, teu amor sem dono...

Em tuas asas vem trazendo outra vez
aquelas memórias
do beijo nunca selado
que é dito no silêncio
fugidio das palavras

Não te reclamo abrigo
sou morada da ausência
presente entre o sono de dois sóis
separados
Pelo tempo do mundo.

Noutra noite aleatória,
entre o sono de dois sóis
separados pelo tempo do mundo
Ausência retrocede a morada.
Tão suave algia, radiante, que sem surpresa se acomoda.
Vejo-o vindo pelo ar,
num vôo lento
suspenso num olhar clandestino contornando a escuridão

Eis então, que se revela descansando na janela
e me toca sem contato
atravessando nódoas em reparo.
Selvagem em tua face indiferente,
teu amor sem dono
em tuas asas vem trazendo outra vez
memórias de dias em movimento...

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